terça-feira, 21 de julho de 2009

Sauna de Sata e o po do semi-arido

Chamo Laredo carinhosamente de Sauna de Sata (ta faltando acento, mas eh do Demo mesmo que estou falando). Cresci em area urbana do sertao nordestino, onde dava para se fritar ovo na calcada, mas nada como isto aqui, onde eh possivel cozinhar omeletes inteiras e praticamente eliminar o uso do fogao! A temperatura alta anual tem media de 37 C, enquanto que a temperatura baixa fica em 24 C. Jesus Christ the Lord, fucking 24 C! Ontem, por exemplo, os termometros marcavam 42 C. As 19h (isto mesmo, sete da noite!). Tenho certeza que o Tinhoso estava nas redondezas tomando umas margaritas tequiludas. A temperatura seca eh influenciada pelos desertos do norte do Mexico, enquanto que as correntes de ar umido chegam atraves do Golfo do Mexico. Ate agora, so vivi dias umidos e nao estou falando de pornografia. Amo o Mexico (lugar que ja em momentos passados mudou minha vida para sempre), mas quanto ao clima, ele botou pra quebrar em Laredo. Certamente deve fazer parte da vinganca mexicana sobre o primo rico do norte.

E, assim, fica impossivel viver sem ar-condicionado. Nao da para ser politicamente correta e economicamente sustentavel. A conta de energia eh astronomica. As casas parecem ser construidas para dependerem do uso constante de refrigeracao artificial e todo lar tem um ar-condicionado central que fica ligado o dia inteiro. Na minha casa, desligo o aparelho por nao mais que 40 minutos diariamente, quando abro portas e janelas para fazer circular o ar. O ar saturado de areia fina do semi-arido texano e mexicano, que lentamente vai tomando as frestas das persianas, os cantos das janelas, os esconderijos sob as cadeiras. "Pergunte ao po", diria Fante. Nao pergunto nada. Peco apenas que ele nao me cubra antes de eu ficar bem velha, mas ele barbariza com uma lufada entupidora de narinas: "ta bom pra voce?".

Um comentário:

  1. Sis,

    Amei seus comentários! Depois escrevo mais. Estou numa correria brava, mudanças, caixotes, brugunços, irei a um “inferno” brasileiro, uma cidade quente, porém pertinho de Canoa Quebrada. Ao menos isso, acho que o capeta e os anjos estão por lá.
    Beijos com saudades!
    Adriana.

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Eu adoro um comentário sobre as minhas coisices. Escreve, escreve!