domingo, 15 de novembro de 2009

La vida guacamole

Fez um domingo quente. Um domingo quente de guacamole. Domingo verde-abacate pra recomeçar novinha e esquecer que em uma semana a gente pode amadurecer até passar do ponto. Abacate com sal, azeite e limão pra lembrar que é bom ser azeda.

Fez um sol de rachar lábios e pingar suor grosso. Cada poro do tamanho de uma América Latina num coração balançando ao atlas musical que tocou Grécia e Portugal, tocou Espanha e as Arábias. Me tocou orelhas, pés, pescoço e uma coluna biônica eternamente em recuperação que sacudia tudo. O corpo subiu no sofá, ignorou o cheiro de mijo de gato que o tira-odores superpower não tirou e dançou sem parar até a exaustão, caindo em gargalhadas, lambido pelas cadelas roucas de tanto latir com a louca do sofá que gargalhava e rodopiava sozinha. Não ficou nenhuma costela no lugar, foi tudo defumado em suor. Este corpo que se recusou a tomar banho por horas depois do suadouro daria uma suculenta feijoada.

A perda de auto-controle é tão libertadora.

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